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Mortes por choque elétrico aumentam 32% no Estado

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Mato Grosso é o terceiro estado com mais mortes por choques elétricos no país. Dados da Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (Abracopel) demonstram que no último ano foram 33 vítimas, o que representa uma taxa de 9,25 óbitos por milhão de habitantes, muito acima da taxa nacional, que é de 3,16. Em 3 anos, o número de mortes cresceu 32%, enquanto a taxa aumentou 29%. Para este ano, especialistas acreditam que o Estado pode alcançar a primeira colocação no ranking negativo, que nos últimos dois anos foi ocupado pelo Acre. Somente em janeiro, 8 pessoas morreram em decorrência de acidentes com energia em Mato Grosso.

 

Os acidentes com energia elétrica abrangem choques elétricos, incêndios por sobrecarga e descargas atmosféricas (raios). Diretor geral da Abracopel em Mato Grosso, o engenheiro eletricista Walter Aguiar destaca que o Estado tem seguido na contramão do cenário nacional que vem apresentando queda nos números nos últimos anos.

 

Em 2019, o Estado ocupava a quinta posição no ranking com 25 mortes e a taxa era de 7,17. Já em 2020 os números avançaram e Mato Grosso subiu uma posição, ocupando já o quarto lugar, com 30 vítimas e taxa de 8,51.

 

Os dados são preocupantes já que representam apenas uma parte da realidade sobre esse tipo de morte. Segundo Walter, ninguém deveria morrer por choque elétrico. O fato de pessoas morrerem evidencia uma falha grave que vem acontecendo.

Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), engenheiro eletricista Danilo Ferreira de Souza, o fato de Mato Grosso figurar entre aqueles que mais registram morte por esse tipo de causa pode estar ligado a questões como a extensão territorial, além de uma grande demanda de trabalho em ambientes abertos, o que facilita, por exemplo, acidentes decorrentes de raios.

 

Segundo Danilo, entre os principais fatores que terminam em óbitos estão a má qualidade na instalação de cabos, com falhas no isolamento, pontos de tomadas com exposição de parte dos condutores, a utilização de benjamins, com a falta de informação dos usuários, ou até mesmo a questão socioeconômica deles.

 

O grande desafio, atualmente, segundo os dois especialistas, está na conscientização da população quanto a importância da prevenção, mas também na mobilização de toda sociedade civil, assim como o desenvolvimento de políticas públicas. Na maioria dos casos em que há mortes por sobrecargas elétricas, por exemplo, os problemas estão ligados às instalações e muitas vezes aos problemas sociais. Seja pelo trabalhador não ter a formação adequada, seja por não ter os equipamentos ou a fiscalização adequada, ou a redução de materiais adequados. Existe também um vetor social que dificulta, não é só a questão da informação. A gente percebe que esse número de mortes é menor em países com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e renda per capita maior, diz Danilo.

Fonte: Gazeta Digital

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