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Montanha de dejetos persiste no ‘lixão’ de Cuiabá já desativado

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Toneladas de lixo estão a céu aberto na área de 5 hectares do antigo lixão de Cuiabá, que permaneceu em atividade por mais de 30 anos. Local abriga ainda 4 tanques de chorume, líquido escuro com alta carga poluidora, que se forma com a fermentação dos resíduos. Em média, eram despejadas 450 toneladas de lixo por dia no local que, desde março deste ano, não recebe mais resíduos. Toda a coleta é enviada ao novo aterro, segundo o diretor de coleta de resíduos da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb), Advair Ribeiro.

Embora exista acordo judicial para a recuperação da área, até o momento o município não deu início a eliminação do lixo e não apresentou um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad).

A reportagem do Jornal A Gazeta esteve no antigo lixão e observou animais consumindo os dejetos nas montanhas de lixo. Em todo o entorno, e na estrada, que dá acesso ao local, há muito resíduo espalhado. A ausência da eliminação do lixo, além de fomentar o descarte irregular e causar impactos à saúde, como a proliferação de doenças, causa mau cheiro e poluição ambiental.

Biólogo e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Romildo Gonçalves destaca que a exposição do lixo é um crime ambiental, pois não respeita a legislação vigente no país. “Ideal é cumprir a legislação e proibir os lixões, enquanto isso não acontece, de maneira emergencial, seria necessário enterrar o lixo, para evitar dano ambiental maior, mesmo que contamine o solo, pois com as chuvas, o lixo exposto vai para os rios, além do ar poluído com alta concentração de particulados tóxicos na atmosfera. A emissão de qualquer particulado oriundo de queima, poeira e material químico na atmosfera oferece riscos seríssimos para a sociedade, além do chorume contaminado”.

Outro ponto a destacar, segundo Gonçalves, é que o lixo exposto contribui para o aquecimento global. Na última semana, incêndio de grande proporção atingiu a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis, que fica ao lado do lixão desativado e, por pouco, não atingiu o local. “No período da estiagem, facilmente pode ocasionar o fogo, principalmente por acumular vários tipos de resíduos, que aquecem com o calor”.

Fonte: Gazeta Digital

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