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‘Estou aqui para ganhar’, diz única mulher na Fórmula 4 Brasil, em busca de uma vaga na Ferrari

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Debaixo do capacete e do macacão, pouca gente pode imaginar quem está dentro do carro número 16 da Fórmula 4 Brasil. Trata-se de uma piloto. Aurelia Nobels, que nasceu nos Estados Unidos e desde os 3 anos vive no Brasil, é a única mulher no grid, que tem 16 carros. Além da categoria de base por aqui, ela está na etapa final pela disputa de uma vaga na Academia de Pilotos da Ferrari no FIA Girls on Track — Rising Stars.

Em entrevista ao R7, Aurelia conta que a paixão pelo automobilismo veio de seu pai, Kevin Nobels, que acompanha a Fórmula 1 há anos. Logo aos 10 anos, a menina que já sonha voos mais altos na carreira começou a andar de kart com o irmão e, logo na primeira vez, se apaixonou pelo esporte.

A partir do kart, a jovem, hoje com 15 anos, passou a procurar equipes para competir nas pistas e, em 2022, ingressou na estreante Fórmula 4 Brasil pela TMG Racing. Com seu talento, Aurelia foi selecionada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para disputar o FIA Girls on Track — Rising Star. A competição premia a vencedora com uma vaga na Academia de Pilotos Ferrari, que tem em Charles Leclerc, também número 16 na F1, seu principal expoente.

A primeira etapa da seletiva aconteceu na França em agosto deste ano, no circuito Paul Ricard. Ali, a piloto foi selecionada para a etapa final, que acontecerá em novembro, em Maranello, na sede da escuderia, na Itália.

“Com certeza estou muito feliz, é o começo de tudo ainda, mas já é uma conquista! Estou trabalhando muito duro para chegar pronta e dar o meu melhor na final, até porque estou aqui para ganhar”, disse a finalista, em bom português, sem nenhum sotaque.

Apesar de a oportunidade ser exclusiva para mulheres, Aurelia está acostumada a ser um dos poucos pilotos do sexo feminino a disputar competições do automobilismo. Em 2020, no Mundial de Kart que aconteceu em Portugal, ela foi a única mulher entre 180 pilotos, mas não esconde a alegria de ver que a participação feminina nas pistas está aumentando.

“Eu sempre falo que não muda você ser mulher ou homem. Fechou a viseira, não tem diferença: é igual pra todo mundo”, comentou.

Mesmo que para ela não haja diferença, Aurelia reforça que os homens da categoria podem ficar irritados com suas ultrapassagens.

Aurelia nasceu nos Estados Unidos, mas tem pais belgas e vive no Brasil há mais de dez anos. Além da preferência por representar o Brasil nas competições, adora possuir três nacionalidades, que estão estampadas em uma pintura especial no seu capacete.

Fã do tricampeão Ayrton Senna, Aurelia revela que gosta da história do ídolo brasileiro pela maneira como ele tratava o público e pela determinação que ele tinha. Da nova geração, a jovem admira Charles Leclerc, piloto da escuderia Ferrari.

“Algo que eu admiro muito nele [Leclerc] que nem todos os pilotos têm é que ele reconhece quando erra, ele admite a falha. É algo que você precisa ter sendo piloto, você não pode sempre pôr a culpa nos outros ou na equipe”, contou.

Assim como o de outros tantos pilotos, o sonho de Aurelia é alcançar a Fórmula 1.

“Tenho muito o que aprender, então é ir com calma, passo a passo”, disse a promessa do automobilismo feminino.

Na última corrida, realizada em Interlagos, Aurelia conquistou o seu primeiro ponto na categoria que tem na liderança Pedro Clerot (177 pontos). Nicolas Giaffone, Fernando Barrichello e Felipe Barrichello Bartz são alguns dos sobrenomes famosos do grid.  Neste domingo (4), os carros correm no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), na quinta das sete etapas do campeonato.

Fonte: Gazeta Digital

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