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PMs pagavam o ‘informante’ com drogas e armas de fogo

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Policiais militares investigados na operação Simulacrum pagavam pelo “serviço” de informante com entorpecentes e armas de fogo. Informação consta do depoimento da esposa do delator Ruiter Cardoso da Silva, 44, prestado no dia 31 de março, quando foi deflagrada a operação pela Força Tarefa da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE) que resultou na prisão de 64 policiais militares de batalhões de elite da Polícia Militar na Grande Cuiabá, acusados de forjar confrontos para executar criminosos. Kássia de Matos Moreira, 41, confirmou as declarações do ex-marido como acrescentou novas informações sobre a relação entre o informante e o grupo investigado. Ruiter tinha até a insígnia dos militares, se vestia como um PM e saia com os militares em diligências para “emburacar” bandidos.

 

Segundo ela, Ruiter “fingia ser bandido” para atrair os criminosos e depois passar informações aos militares que os prendiam. Cita que certa vez, na região da estrada da Guia, nas proximidades do centro do curso da formação de soldados, o soldado Jonathan Carvalho de Santana passou um tablete de drogas para Ruiter como pagamento e que em outras duas oportunidades ele recebeu armas de fogo como gratificação pelos serviços de informante.

 

Cita em depoimento nomes de oficiais que transferiram dinheiro para a conta dela, bem como que entregaram envelopes com dinheiro a Ruiter como pagamento de uma ação que deu errada, quando ele ameaçou delatar o esquema.   Fato teria ocorrido no bairro Jardim Vitória quando 5 homens fortemente armados foram presos em uma casa na noite de 12 de novembro de 2020. O “confronto” não ocorreu e os homens não foram mortos porque uma viatura do policiamento da área chegou ao local antes dos policiais de elite, que atraíram o grupo ao local para matá-los. Com a ação frustrada criou-se a versão de que o grupo iria roubar o comitê eleitoral da então candidata a vereadora Edleuza Mesquita.

 

Os policiais militares são acusados de 24 mortes e 4 tentativas de homicídios, ocorridos em 6 situações que pelas semelhanças passaram a ser alvo de investigação da Polícia Civil. Decisão em habeas corpus colocou o grupo em liberdade dois dias após a operação.

 

Kássia e o irmão Wesley Matos Moreira, também foram presos na operação. Ambos são sobrinhos do coronel PM Esnaldo de Souza Moreira, que respondia pelo policiamento da PM na Capital.

Fonte: Gazeta Digital