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Vereador: marido, filhas e enteada de adjunta têm cargos na Saúde

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O vereador Dilemário Alencar (Podemos) denunciou a prática de nepotismo por parte da secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos da Prefeitura de Cuiabá, Ivone de Souza.

 

Atualmente ela, que é um dos alvos da Operação Capistrum, do Ministério Público Estadual (MPE), está afastada do cargo por decisão judicial.

 

Segundo o vereador, o marido, as duas filhas e a enteada de Ivone estão contratados na Secretaria Municipal de Saúde e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que gerencia o Hospital São Benedito.

 

Um absurdo! Se configurada essa denúncia, é clara demonstração de zombaria com as leis e as autoridades

“Isso é nepotismo escancarado. Isso é proibido por lei. Juntos com Ivone, os parentes dela podem estar recebendo salários no valor de R$ 28.827,38, ou mais de R$ 374 mil por ano”, disse o vereador.

 

Nomes

 

Consulta feita no Portal Transparência da Prefeitura de Cuiabá, mostra  que o marido de Ivone, Reginaldo Almeida de Figueiredo, atua no cargo de administrador da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, com salário de R$ 6,5 mil.

 

A filha mais velha, Morgana de Souza Morais Brito, trabalha como técnica administrativo comercial na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, com salário de R$ 5,4 mil.

 

A filha caçula, Vitória Eduarda de Souza Oliveira, também atua como técnica administrativo comercial na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, com salário de R$ 4,4 mil.

 

Já a enteada de Ivone, Milena Elis Figueiredo, está lotada na Secretaria Municipal de Saúde e trabalha na coordenaria especial da rede assistencial administrativa do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ela ganha um salário de R$ 2,1 mil e um prêmio saúde de R$ 2,5 mil.

 

Ivone foi afastada do cargo no dia 19 de outubro passado. Ela  é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ser um das “executoras”  da organização criminosa que acomodou centenas de indicações de políticos aliados em cargos na Saúde de Cuiabá – inclusive com pagamentos ilegais de “prêmio saúde” de até R$ 5,8 mil.

 

Cabia a ela, segundo o MPE, identificar a necessidade de contratação, substituindo servidores antigos por pessoas apontadas pela primeira-dama Márcia Pinheiro – apontada como líder da organização criminosa ao lado do prefeito Emanuel Pinheiro, que também foi afastado do cargo – cujos nomes eram indicados por vereadores.

 

Braço direito

 

“Ivone é braço direito de Emanuel Pinheiro desde quando ele era deputado estadual. Um absurdo! Se configurada essa denúncia, é clara demonstração de zombaria com as leis e as autoridades”, disse Dilemário.

 

“E tudo isso ocorrendo com consentimento do prefeito afastado, enquanto está faltando remédios básicos, como dipirona, nas unidades de Saúde”, completou.

 

Veja folha salarial: 

 

 

Dilemário Alencar requereu ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, Tenente-Coronel Marcos Paccola (Cidadania), a convocação de Ivone de Souza para prestar esclarecimentos sobre o fato.

 

A CPI da Saúde teve início dos trabalhos registrado nesta terça-feira (23) e apura a existência de uma organização criminosa na Pasta da Capital.

 

“Capistrum”

 

Além de Ivone, Márcia e Emanuel, também foram alvos da operação o chefe de gabinete de prefeito, Antônio Monreal Neto e o ex-coordenador de  gestão de pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro.

 

Eles foram denunciados pelo MPE pelos crimes de organização criminosa, responsabilidade e obstrução de Justiça.

 

O grupo é acusado de  criar um “cabide de empregos” na Secretaria Municipal de Saúde para acomodar indicação de aliados, obter, manter ou pagar por apoio político.

 

No total, foram mais de 3.500 contratações temporárias só na secretaria, a maioria ilegais, para atender compromissos de aliados políticos, principalmente vereadores.

 

Outra acusação que pesa é a de pagamento ilegal do chamado “prêmio saúde”, de até R$ 5,8 mil, sem nenhum critério.

 

O pagamento irregular desse benefício de forma irregular causaram um rombo de R$ 16 milhões aos cofres públicos.

 

Outro lado 

 

A assessoria de impresa da Secretaria Municipal de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública informou que não irá se manifestar sobre o caso.

Fonte: Mídia News

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