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Conversas mostram que primeira-dama ‘operava’ nomeações

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Análise do celular da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, apreendido na Operação Capistrum, mostra sua influência na contratação e ‘gestão’ de pessoas na Prefeitura de Cuiabá. Mesmo sem exercer nenhuma função dentro do quadro do Executivo municipal, Márcia tinha ‘controle’ de contratação como demonstra mensagens trocadas com servidores e até com o filho, o deputado federal Emanuelzinho.

 

Nos documentos anexados à medida cautelar os diálogos reforçam a tese de que o prefeito afastado utilizava da prerrogativa do cargo para contratações de pessoas indicadas a cargos de contratos temporários e comissionados junto a Prefeitura de Cuiabá.

As conversas são de 2017 e constam no relatório do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE), apresentado na denúncia ao Tribunal de Justiça. Em uma das conversas, o documento revela que Márcia estava descontente com a estrutura da Secretaria Municipal de Comunicação.

 

“Tô aqui pensando, tem tanta coisa que precisa ser revolvida na comunicação”, diz Márcia em trecho da conversa com um dos assessores de imprensa da época. Em seguida, em mensagem de áudio, ela afirma que “essa nova estrutura que eu montei não é pra ficar dá forma que tava ali. Eu fiquei, olha, sinceramente, quase duas semanas montando a estrutura da, da comunicação. Porém, não tá sendo feito da forma que eu quero, entendeu?”.

 

Reprodução

Relatório Emanuel - Márcia 1

 

O Gaeco destacou ainda que a primeira-dama chega a ‘enaltecer’ que ela é quem está levando o jornalista para trabalhar na nova estrutura e não o então primeiro secretário de comunicação da gestão de Emanuel Pinheiro. “Esse cargo que eu criei é para Diretoria de Comunicação Interna, entendeu? É dez mil reais de salário. Tudo bem que não é grande coisa, mas, né, eu acho que já ajuda bastante e, eu, assim, tem tanto trabalho que precisa ser feito e assim, eu observei em você, que você tem condições de fazer isso”, disse Márcia em 25 de junho de 2017 ao jornalista.

 

 

Contratação seguindo determinação

Em mensagem, o então secretário-adjunto de Saúde, João Hauer, avisa à primeira-dama de que pediu para a diretoria Administrativa e Financeira confeccionar o oficio para ele assinar e encaminhar para o Recursos Humanos, mas antes disso, a questiona. “A Ivone me ligou. Qual o valor que é para colocar?”, diz a mensagem que ficou sem resposta.

 

Para o Gaeco, o ‘conteúdo das mensagens encaminhadas levantam suspeitas de uma possível contratação de servidor seguindo determinação da primeira-dama Márcia Pinheiro’. Hoje, João Hauer é diretor-técnico da Empresa Cuiabana de Zeladoria de Limpeza Urbana (Limpurb).

 

Pedido a mãe

Deputado federal Emanuelzinho (PTB) também pede cargo para mãe. Por mensagens, ele pergunta se ela consegue uma vaga na Secretaria Municipal de Assistência Social. A explicação só seria dada pelo parlamentar quando ele chegasse em Cuiabá.

 

“E uma renovação de contrato? Te explico quem são chegando em Cuiabá”, disse Emanuelzinho. Márcia responde em seguida com:“Tá, passa pra mim”.

 

Reprodução

Relatório Emanuel - Márcia 2

 

Operação Capistrum 

Deflagrada em 19 e outubro pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), a Operação Capistrum decretou busca e apreensão e sequestro de bens em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro e sua esposa Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro, do Chefe de Gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária-Adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro.

 

Considerado o braço direito de Emanuel desde à época em que o emedebista era deputado estadual, o chefe de gabinete chegou a ser preso em apartamento de luxo, localizado no bairro Santa Helena. Agora, ele usa tornozeleira. Todos os investigados continuam afastados de suas funções públicas.

 

De acordo com o MPE, os investigados estariam ligados a um esquema está de indicações políticas e contratações temporárias na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Os contratados tinham direito ao benefício do ‘Prêmio Saúde’, que pagavam até R$ 6 mil a mais para os comissionados.

Fonte: Gazeta digital

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