O vereador de oposição Diego Guimarães (Cidadania) afirmou que a abertura de uma comissão especial para acompanhar as investigações do Ministério Público Estadual contra o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) nada mais é do que uma forma de “blindagem” por parte dos seus aliados na Câmara.
A medida foi proposta pela vereador Edna Sampaio (PT) e aprovada pelos parlamentares. No mesmo dia que aceitaram apenas acompanhar as investigações do Ministério Público Estadual, os membros da Câmara rejeitaram uma comissão que poderia levar à cassação de Emanuel.
“Foi uma manobra, uma forma de blindagem, um ‘ganha tempo’. O prefeito passa a ter 30 dias dessa comissão especial para tentar reverter o seu afastamento na Justiça. Se reverter, não tenho dúvidas. Não sou Mãe Dináh, mas já vou prever o que vai acontecer: o relatório vai ser pelo arquivamento das investigações”, criticou.
“Agora, se o prefeito continuar afastado, caberá à essa comissão apresentar um relatório sério e independente que indique pela cassação do prefeito. E eu serei um feroz cobrador dessa comissão”, completou.
Foi uma manobra, uma forma de blindagem, um ‘ganha tempo’. O prefeito passa a ter 30 dias dessa comissão especial para tentar reverter o seu afastamento na Justiça
Para Diego, a petista não acreditar haver corrupção na Saúde, mesmo após as provas apresentadas pelo MPE.
“A vereadora do PT é negacionista. Ela nega que exista corrupção na administração municipal. Acho que é um mal dos mandatários do PT que ainda acreditam que o Lula seja honesto, seja inocente”, criticou.
Para o parlamentar, o Legislativo cuiabano mais uma vez se curvou à gestão do emedebista.
“Já temos duas decisões afastando o prefeito e duas negativas da Justiça para o seu retorno. A Câmara precisa agir, não pode permanecer inerte diante desses fatos”, lamentou.
Comissão especial
A comissão deverá acompanhar oito procedimentos investigatórios instaurados no MPE pelo período de 30 dias.
Os inquéritos apuram a prática de infração político-administrativa, “o que atrairia, em tese, a competência desta Câmara Municipal, para julgamento em possível e futuro processo de cassação do Prefeito”, justificou Edna.
Afastamento
O prefeito Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo no último dia 19 de outubro, quando foi deflagrada a Operação Capistrum.
A ação investiga um esquema de contratações temporárias ilegais de servidores na área da Saúde, assim como o pagamento sem critério do prêmio-saúde para servidores da Pasta, em valores que variam de R$ 70 a R$ 5,8 mil ao mês.
Segundo o MPE, o prefeito contrataria indicações políticas, principalmente de vereadores, a fim de garantir apoio na Câmara de Cuiabá.
Fonte: Mídia News