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MPE diz que pais de adolescente querem “tumultuar” processo

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Advogado de Marcelo Cestari fez uma série de pedidos que promotor considerou desnecessários

O Ministério Público Estadual afirmou que os pedidos da defesa do empresário Marcelo Cestari e de sua esposa Gaby de Oliveira Cestari, feitos na resposta à acusação na ação a que respondem na Justiça, têm o objetivo de tumultuar e atrasar o andamento do processo.

Marcelo e Gaby são pais da adolescente de 15 anos que atirou e matou sua melhor amiga, Isabele Guimarães, em julho, no Condomínio Alphaville.

A manifestação consta em um parecer assinado pelo promotor Milton Pereira Merquíades na segunda-feira (7).

Os pais da adolescente são réus pela prática dos crimes de homicídio culposo, posse ilegal de arma de fogo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.

Na resposta à acusação enviada para a Justiça, o advogado da defesa, Artur Osti, faz uma série de pedidos, como perícia do case da arma utilizada no crime, perícia de balística e ainda cita o namorado da adolescente que levou a arma e o pai dele, o veterinário Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa.

“Além da desqualificação desnecessária da denúncia, tentam a todo custo, tumultuar o andamento processual, na medida em que formulou-se diversos pedidos protelatórios que, após devida análise, em nada serão úteis ao deslinde da presente ação penal”, afirmou o promotor.

A defesa do casal ainda pediu que o adolescente e o pai entregassem todas as imagens do circuito interno de câmeras de segurança do dia em que Isabele foi morta.

O advogado também solicitou que fosse encaminhado um ofício para a empresa WhatsApp solicitando os registros de mensagens e arquivos de mídia das contas dos pais do namorado da atiradora.

Porém, o MPE entendeu que os réus querem produzir provas contra pessoas que não estão incluídas no processo e que isso de nada contribui com o caso.

“No entanto, conforme já reportado, se mostra inadequado querer utilizar este Juízo, em específico esta ação penal, para querer dar início a investigação de fatos alheios a este processo-crime”, disse o promotor.

Osti também havia solicitado que seja decretado sigilo no processo para que sejam anexadas fotos do adolescente. Mas o Ministério Público não vê necessidade, tendo em vista que as imagens não precisam constar nos autos.

O promotor pediu para que a juíza Maria Rosi de Meira Borba, da 8ª Vara Criminal de Cuiabá, indeferisse todos os requerimentos da defesa.

“Diante de todo o exposto, o Ministério Público pugna pelo indeferimento de todos os requerimentos de perícias e diligências requeridas pela defesa técnica quando da apresentação da resposta à acusação, bem como se manifesta pelo indeferimento da decretação de sigilo dos autos, em homenagem ao princípio constitucional da publicidade dos atos processuais”, concluiu Merquíades.10