Fonte: Gazeta Digital, crédito da imagem: João Vieira
Etanol hidratado perde vantagem econômica em comparação com a gasolina. Nos postos de Cuiabá, o biocombustível encareceu cerca de R$ 0,12 centavos nesta quinta-feira (13). A alta de 2,74% no varejo local tirou o derivado vegetal do preço médio anterior de R$ 4,37 (l) para até R$ 4,49 (l) atualmente. Com isso, abastecer com o produto deixa de ser vantajoso para os consumidores perante o combustível fóssil, que continua sendo revendido pela média de R$ 6,29 (l) na Capital de Mato Grosso, estado que lidera a produção brasileira de etanol de milho.
A majoração do biocombustível ocorre no contexto COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) em Belém (PA), onde ativistas ambientais reivindicam o fim dos combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, principais causadores do aquecimento global e da crise climática. Abastecer com etanol é mais viável para o consumidor quando o preço do produto alcança proporção de até 70% do valor da gasolina.
Pelas cotações atuais no varejo local, com o biocombustível sendo repassado por até R$ 4,49 (l), a equivalência com o derivado de petróleo supera essa margem, chegando a 71,38% do valor de R$ 6,29 (l) da gasolina, conforme apurado pela reportagem e com base em pesquisa da ferramenta Menor Preço do programa Nota MT da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).
De acordo com levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na 1ª semana de novembro a cotação média do etanol hidratado em Cuiabá (R$ 4,37/l) ficou acima de outras 4 capitais brasileiras, superando as medianas de preços em Campo Grande (R$ 3,87/l), São Paulo (R$ 4,13/l), Belo Horizonte (R$ 4,21/l) e João Pessoa (R$ 4,21/l).
Nas indústrias mato-grossenses, o etanol hidratado (comum) foi vendido pela média de R$ 3,44 (l) na 1ª semana de novembro, após 5 aumentos semanais sucessivos e alta acumulada de 3,30% no período, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP).
Na 2ª semana de outubro o derivado vegetal foi negociado pelo setor sucroalcooleiro do estado pela média de R$ 3,33 (l). Na safra 2025/2026 a produção de etanol em Mato Grosso alcança 7,13 bilhões (l), incremento de 6,4% ante o ciclo anterior (6,7 bilhões/l), informa o Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT).
