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OAB-MT reage a ironias do deputado federal José Medeiros para advogada em audiência

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) Gisela Cardoso repudiou as falas do deputado federal José Medeiros (PL) após um bate boca com uma advogada nessa quinta-feira (23) durante a audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS, em Brasília. Medeiros utilizou o termo “advogados de porta de cadeia”, durante uma fala, o que gerou discussões, bate-boca e confusão entre os presentes. Presidente do Conselho Federal da OAB e demais entidades também se manifestaram.

Por meio da rede social da OAB-MT, a presidente publicou vídeo manifestando repúdio ao ato do parlamentar, citando ser “inaceitável o desrespeito com a advocacia”, o que considerou a fala uma violação das prerrogativas e um ataque direto a classe.

“Extrapolando a sua atividade parlamentar, ofende uma advogada no exercício da profissão e tenta criminalizar a advocacia utilizando expressões de cunho pejorativo. Tão importante quanto o exercício do mandato parlamentar é o exercício da ampla defesa e do contraditório, garantidos constitucionalmente, sendo pilares do Estado democrático de direito e que possuem como agentes guardiões, as advogadas e os advogados”, disse.

Gisela ainda cita que juntamente dos demais entes competentes e representativos da advocacia, as medidas componentes serão tomadas diante do caso, exigindo respeito às prerrogativas.

Em sua fala durante a audiência, o deputado Medeiros iniciou o uso da palavra com uma história, fazendo alusão a um livro escrito por Monteiro Lobato, sobre um país fictício chamado “Banânia”. Ele prosseguiu dizendo que no país haviam cavaleiros vermelhos, que por mais de 18 anos governaram o país e passaram a saqueá-lo de todas as formas.

“E chegou um momento em que eles também passaram a saquear os aposentados, lá em Banânia, não estou falando no Brasil, não. Em determinado momento, foi aberta uma CPI pela Câmara e o Senado de Banânia. Mas, na CPI, todos que vieram eram inocente. Só que os inocentes estavam proibidos de falar pelos seus advogados. Todos bem munidos com advogados, bem instruídos, no padrão advogado de porta de cadeia, porque é o tipo mais preparado, mas também mais petulante que tem”, continuou.

Em dado momento, Izabella Borges, advogada da depoente Thaisa Hoffmann Jonasson, convocada por ser mulher de Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, pediu ordem ao presidente. Medeiros elevou o tom de voz e rebateu: “Eu estou falando de Banânia, a senhora fique no seu lugar que eu estou falando no meu lugar. Advogado de quadrilha, advogado de quadrilha não vai me fazer baixar o meu mandato”.

Um bate boca e gritaria geral se iniciou causando caos na audiência. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG) pediu ao parlamentar que voltasse ao “trato urbano” com os advogados e demais participantes, terminando sua fala sem que ofendesse os presentes. Ele ainda tentou negociar para que o deputado parasse de proferir ofensas.

Medeiros voltou a falar de advogados de porta de cadeia, o que mais uma vez irritou a advogada que ameaçou deixar a sessão com a cliente.

 

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