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Câmara de Cuiabá-MT vira alvo da Operação Perfídia, com afastamento de dois vereadores, e reforça fama de “casa dos horrores”

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Como num jogo de xadrez onde se mudam as peças, mas a estratégia corrupta permanece, a Câmara Municipal de Cuiabá volta a ser manchete nacional. A Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso na terça-feira (29), escancarou mais um capítulo de corrupção envolvendo vereadores e empresários ligados à obra do Contorno Leste.

As investigações revelam que parlamentares exigiram propina para aprovar projetos que permitiram o pagamento à empreiteira responsável pelas obras. Dinheiro vivo teria sido entregue dentro do próprio gabinete, e os repasses foram registrados por câmeras e por movimentações bancárias suspeitas. A Justiça determinou o afastamento imediato de dois vereadores.

O caso veio à tona após uma denúncia feita ao então deputado federal e hoje prefeito de Cuiabá, Abilio Bonini. Ele afirma não ter tido contato com os documentos, mas apenas repassado a informação à polícia. A DECCOR, então, iniciou a investigação que resultou em 27 medidas judiciais, incluindo sequestro de bens, quebra de sigilo e busca em gabinetes parlamentares.

O ex-presidente da Câmara, citado nas investigações, rechaçou qualquer ligação com o esquema. Em coletiva, afirmou que sempre atuou dentro da legalidade e classificou a operação como excessiva. “Quem não deve, não teme”, declarou, sugerindo que há motivações políticas por trás da ação judicial.

O vereador Sargento Joelson, afirmou em nota que foi surpreendido com o mandado de busca e que teve apenas o celular apreendido. Disse ainda não ter acesso à investigação, que corre em segredo de Justiça, mas declarou estar à disposição para colaborar.

Além dos vereadores, um empresário e dois funcionários da empresa também estão entre os alvos. Os investigados não podem acessar as dependências da Câmara, entrar em contato entre si ou se ausentar da cidade. A Justiça também determinou a entrega dos passaportes, numa tentativa de garantir a continuidade das investigações sem interferência externa.

O nome da operação, Perfídia, faz referência à traição de princípios prometidos, o que traduz bem o sentimento da sociedade diante do escândalo. Mesmo após trocas de nomes e gestões, a Câmara cuiabana segue manchada por práticas que desonram o papel do legislador. Para a população, a mudança de peças no tabuleiro não muda o jogo – segue sendo “casa dos horrores”.

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