Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Adobe Stock
Com cerca de 7 mil pessoas em tratamento antirretroviral em Mato Grosso e mais de 500 mortes por Aids registradas entre 2023 e 2025, os números acendem um alerta durante o Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Ao mesmo tempo, especialistas reforçam uma mensagem fundamental: com diagnóstico no início e tratamento adequado, quem vive com HIV pode ter uma vida longa, saudável e produtiva.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que somente em 2023 foram 213 óbitos, seguidos por 218 mortes em 2024 e 74 em 2025, este último número ainda parcial. As estatísticas revelam que a doença continua impactando a população, mas também reforçam a importância do cuidado contínuo e da adesão ao tratamento. Outro indicador que chama a atenção é o número de pessoas que interromperam o acompanhamento médico.
Em 2023, 2.331 pacientes desistiram do tratamento e, em 2024, esse número chegou a 2.360. Para 2025, os dados ainda não foram divulgados. O abandono do tratamento é uma das principais causas de agravamento da doença, aumentando as chances de complicações e reduções da eficácia dos medicamentos. Segundo o psicólogo Lucas Patrick Machado, que vive com HIV desde 2013, o abandono do tratamento acontece principalmente por desinformação, medo, falta de acolhimento e dificuldade de aceitação do diagnóstico.
“Pessoas que não recebem orientação adequada tendem a acreditar que a vida acabou e, por isso, desistem do acompanhamento médico”. Ele afirma que o diagnóstico impacta profundamente o emocional, provocando medo, ansiedade e sentimentos de pânico, sendo o principal deles o medo de morrer.
“O estigma histórico da doença ainda faz com que muitas pessoas se vejam com preconceito, desenvolvam baixa autoestima e passem a duvidar do próprio valor, o que interfere diretamente em relacionamentos, trabalho e projetos de vida. A psicoeducação, o suporte profissional e o apoio da família são essenciais para que o paciente entenda que o HIV tem tratamento eficaz e que é possível viver normalmente”.
Lucas enfatiza que o Dezembro Vermelho não é apenas um alerta para os riscos da doença, mas também um convite ao autocuidado e à empatia. “A campanha busca combater o preconceito e lembrar que informação salva vidas”






