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Facções estão em 65% das cidades de MT e dominam garimpo, aponta estudo

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

Em Mato Grosso, 65% dos municípios possuem a presença de ao menos uma facção criminosa. Dos 142 municípios do estado, 92 convivem com organizações. Os dados são do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Nos estados da Amazônia Legal, estão presentes 17 facções ativas. Hoje, organizações como o Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), Bonde dos 40 (B40) e Tropa do Estelar atuam no território mato-grossense.

Mato Grosso se tornou um território de disputa pelas facções por ser uma região estratégica para o narcotráfico, especialmente pela extensa fronteira com a Bolívia, uma das maiores produtoras mundiais de cocaína.

O relatório denuncia a expansão das facções em regiões amazônicas, inclusive cobrando taxas de pessoas envolvidas com o garimpo ilegal. A Agência Brasil teve acesso a mensagens do Comando Vermelho para garimpeiro, com regras de convívio e ameaças para quem as descumprirem.

“Todos os trabalhos ilegais dentro do estado de Mato Grosso são prioridade e voltados à organização [o CV]”, diz uma mensagem.

“Lembrando que aqueles que não estiverem fechando com nós será liberado o mesmo ser roubado e também ser brecado de trabalhar. Se por acaso insistir será queimado sua máquina e poderá perder até mesmo a própria vida por estar batendo de frente”, diz um outro trecho.

Em Vila Bela da Santíssima Trindade, o cenário é alarmante. Em 2022, foram 12 assassinatos no município, que passaram para 42 em 2024. A cidade é muito próxima da Bolívia e abriga parte da Terra Indígena Sararé, que registrou crescimento exponencial do garimpo.

“A situação em Sararé é muito impressionante. O Comando Vermelho chegou e passou a controlar toda a cadeia da extração de minério, principal do ouro. Não é mais só o garimpeiro, que já era um problema. É o garimpeiro que paga taxa ao Comando Vermelho para explorar o território. A lógica de controle territorial armado que vemos no Rio de Janeiro vai acontecendo nos territórios amazônicos”, explicou Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Sorriso também é um exemplo negativo. Foram 72 homicídios violentos no último ano. A cidade, conhecida como a “capital do agronegócio”, esteve entre as cidades com maiores taxas de estupros de vulnerável no país por dois anos consecutivos.

No total, o crime organizado está presente em 45% dos municípios que compõem a Amazônia Legal.

O tema da expansão das facções dominou o debate público após a megaoperação realizada no Rio de Janeiro, nos Complexos do Alemão e da Penha, contra o Comando Vermelho. No total, foram 121 mortos, entre bandidos, policiais e inocentes.

Na Câmara dos Deputados, o “PL Antifacção”, como ficou conhecido o projeto do governo federal para combater o crime organizado, virou objeto de disputa. O texto original foi modificado por Guilherme Derrite (PP) e teve ao todo seis versões. Ele foi finalmente aprovado nesta quarta-feira (19) e criticado pelo presidente Lula (PT).

 

(Com Agência Brasil)

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