Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Montagem GD
Deliandsom Milton da Silva, de 41 anos, denunciado pela deputada estadual Janaina Riva (MDB), por importunação sexual e perseguição após gravar áudios de cunho sexual e espalhá-lo, tinha uma postura nas redes bem diferente do que pratica no cotidiano. Frequentador assíduo da igreja Batista, o ex-servidor da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder)
(212 km de Cuiabá), pregava a ideologia da direita em seu perfil pessoal e defendia pautas como o voto impresso e o fim do Supremo Tribunal Federal (STF).
Numa rápida busca feita pelo GD, foi possível encontrar diversas publicações de Deliandsom nas redes sociais, onde aparecia participando de cultos religiosos, posando em eventos políticos do Partido Liberal (PL) e em manifestações com bandeiras e símbolos do Brasil. Nas legendas e vídeos, ele defendia pautas bolsonaristas, como o voto impresso, e chegou a pedir o “fim do Supremo Tribunal Federal (STF)”, em postagens de teor radical.
As imagens mostram o ex-servidor em momentos de culto, com expressões de fé, além de registros em eventos partidários com apoiadores de Jair Bolsonaro. Em outros conteúdos, Deliandson exibia uma postura de militância política, contrastando com o comportamento misógino e ofensivo registrado contra a parlamentar.
Após Janaina denunciá-lo publicamente nas redes sociais e com boletim de ocorrência, a Coder demitiu o religioso do cargo de funcionários e repudiou a conduta do então servidor, afirmando que a mesma contraria os princípios da administração pela prática de ofensa, assédio ou desrespeito à dignidade da pessoa humana.
“O servidor mencionado, ocupante de cargo comissionado, foi imediatamente desligado de suas funções assim que os fatos chegaram ao conhecimento desta presidência. O ato formal de exoneração será publicado em Diário Oficial”, diz trecho da nota.
O crime
Como noticiado pelo GD, na noite desta quinta-feira (6) a deputada buscou a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, em Cuiabá, para denunciar que estava sendo alvo de áudios com teor sexual, ofensivo e misógino gravados pelos suspeitos e encaminhados em grupos de WhatsApp. O conteúdo circulava no aplicativo desde a madrugada do dia anterior, com forte repercussão e chegou a parlamentar por meio de outros servidores.
De acordo com o registro policial, o servidor debochava da parlamentar e utilizava expressões de cunho sexual para se referir a ela, afirmando, entre outras frases, que os áudios poderiam ser enviados nos grupos de WhatsApp. “Pode mandar em todos os grupos, pode mandar sem dó e nem piedade”, diz.
A deputada relata no boletim que o conteúdo lhe causou profundo constrangimento e abalo moral, especialmente por se tratar de figura pública e mulher exercendo atividade política em um estado que lidera os índices de violência contra a mulher.
Além da representação policial, Janaina anunciou que abrirá queixa-crime no Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por violência política de gênero.






