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Audiência de instrução e julgamento de militares envolvidos em confronto com arma que matou advogado é adiada

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Montagem GD

O juiz substituto Valter Fabrício Simioni da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá Especializada na Justiça Militar, determinou o adiamento da audiência de instrução e julgamento dos policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, que seria realizada nesta sexta-feira (7) e redesignou para o dia 12 de dezembro de 2025, às 14h. Os 4 são envolvidos em um suposto confronto em que a arma utilizada para executar o advogado Renato Gomes Nery foi inserida.

Na decisão, o magistrado ainda determinou intimação das testemunhas civis para apresentar o contato telefônico e
endereço eletrônico para fins de encaminhar o link da videoaudiência, advertindo-as de que no caso de não comparecimento, injustificável, na videoaudiência serão condenadas ao pagamento de multa por adiamento do ato e condução coercitiva para sala passiva na cidade onde residem.

Em setembro deste ano o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) rejeitou recurso do Ministério Público (MPMT) que requeria o restabelecimento das prisões preventivas dos militares. O MP questionava decisão da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, que revogou a prisão preventiva dos PM’s.

Os militares foram denunciados por homicídio qualificado consumado contra Walteir Lima Cabral e tentado face de outros dois adolescentes, além dos crimes de fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa. Os fatos teriam ocorrido em 12 de julho de 2024, no Contorno Leste, em Cuiabá, durante uma perseguição e confronto armado.

A investigação aponta que o suposto confronto foi uma simulação criada pelos investigados para justificar a posse de uma pistola Glock, que, conforme perícia balística, teria sido utilizada no homicídio do advogado Renato Gomes Nery, em 5 de julho de 2024, e em outro homicídio em 2022. Segundo o MP, os elementos probatórios reunidos demonstram que não houve confronto real, mas sim uma “execução deliberada seguida de inovação artificiosa da cena do crime”.

O caso ficou conhecido como “Grupo do Gol Branco”, em alusão a grupo de WhatsApp em que os 4 discutiam combinação de versões, preocupação com divergências de depoimentos e indício de obstrução da justiça, algo revelado após perícia em celulares.
Os militares chegaram a ficar presos um período, mas em 29 de maio de 2025, foi revogada a prisão preventiva, concedendo-lhes liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares alternativas, como juntada de relatório trimestral de atividades laborais, proibição de contato com vítimas e testemunhas, e recolhimento domiciliar noturno.

Em agosto deste ano o Conselho Permanente de Justiça da 11ª Vara Criminal Especializada de Justiça Militar de Cuiabá, por maioria, votou pela revogação parcial das cautelares impostas aos policiais, permitindo que retornassem ao serviço militar com o porte de arma, além da retirada da tornozeleira eletrônica.

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