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Analistas amenizam impacto do ‘tarifaço’ à carne bovina de MT

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Divulgação/Frigorífico Astra via Estadão

A carne bovina ficou de fora da lista de quase 700 itens isentos da tarifa de 50%, imposta pelos Estados Unidos (EUA) aos produtos brasileiros. Apesar disso, a indústria de frigoríficos de Mato Grosso deve ser pouco afetada pelo ‘tarifaço’, é como avaliam especialistas da área.

Os EUA são o segundo principal destino das carnes bovinas mato-grossenses, absorvendo aproximadamente 10% das exportações. Contudo, o número não é significativo se comparado com a China, que compra quase metade da produção destinada ao exterior de carne bovina.

“A gente tem a China, que é um grande mercado. Mas depois da China, todos os principais países acabam tendo a mesma participação. Por isso que a longo prazo a gente olha e avalia que não tem tanto impacto”, explica Milena Bezerra, analista de mercado pecuário.

Recentemente, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que alguns países asiáticos já manifestaram interesse em absorver essa demanda de carnes bovinas, que antes seria destinada aos EUA.

A indústria brasileira já vem trabalhando nos últimos anos no intuito de expandir o número de parceiros comerciais, conforme aponta Rodrigo Silva, coordenador de inteligência de mercado no Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Atualmente, a dependência dos exportadores de carnes se restringe ao mercado chinês.

“Existem alguns mecanismos para tentar ter mais parceiros diversos. A gente nunca conseguiu fazer isso para cobrir a China, mas essa questão dos Estados Unidos, não foi uma coisa que me assustou, confesso. A saída dele, vamos supor, no pior cenário, de 100%, ainda assim outros [países] conseguiriam abocanhar essa parte”, considera o representante do Imea.

A redução nas vendas para os EUA começou antes mesmo do anúncio do presidente americano Donald Trump sobre as tarifas de 50%. Conforme noticiado no Jornal A Gazeta, o número de exportações de carne bovina para os EUA caiu mais de 70% entre abril e junho deste ano.

Em julho, mês do anúncio das tarifas, as exportações caíram ainda mais: o mercado americano recebeu apenas 1,33% das carnes bovinas exportadas por Mato Grosso. Para efeito de comparação, esse número foi de 10,24% em março e de 10,09% em abril.

Entretanto, mesmo diante desse cenário, onde os EUA podem deixar de ser um mercado viável, especialistas avaliam que o preço da carne é uma das vantagens do mercado brasileiro em relação a outros exportadores da proteína animal, como a Argentina e a Austrália.

“Nossa carne é a mais barata. Então, por mais que a gente tenha esse aumento nas tarifas, o nosso preço vai ficar muito similar ao que é a carne desses outros países”, argumenta Bezerra.

“A gente tem um preço extremamente competitivo”, analisa Silva, que imagina que os exportadores mato-grossenses não terão dificuldades em encontrar novos mercados. “Temos vários mercados abertos e vários frigoríficos aptos a exportar”, completa.

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