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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, concedeu prisão domiciliar ao lobista Andreson Gonçalves de Oliveira, apontado como o operador de um esquema de venda de decisões judiciais em vários Tribunais de Justiça, além de possuir ligações com assessores de pelo menos 4 ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Andreson foi preso em novembro de 2024 durante a primeira fase da Operação Sisamnes, da Polícia Federal. Ele era o principal operador do esquema junto com o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023. A decisão acatou a manifestação favorável da Procuradoria Geral da República (PGR) e tem por base os resultados dos exames solicitados pela antiga defesa de Andreson, que questionou a transferência do lobista para a Penitenciária Federal de Brasília em março deste ano.
Os principais argumentos da defesa foram de que Andreson corre risco de vida devido a sua situação de saúde. Por ter realizado uma cirurgia bariátrica em 2020, o lobista necessita de uma dieta especial para absorver nutrientes suficientes, fato que não estaria ocorrendo na prisão.
O ministro Zanin autorizou com urgência uma avaliação médica para resguardar a saúde do lobista, além de determinar que a unidade de saúde do estabelecimento prisional poderá especificar, por meio de documentos oficiais, “os meios empregados para assegurar ao acautelado eventual tratamento médico que se considere necessário”.
Os resultados dos exames constataram sérios problemas de saúde, o que levaram a PGR se manifestar pela concessão da prisão domiciliar. Andreson deverá ficar em Primavera do Leste, na residência da família junto com a esposa Mirian Ribeiro, também investigada no inquérito. Andreson, que também é empresário do ramo de transporte e bacharel em Direito, apareceu em conversas com Zampieri, onde os dois trabalhavam em conjunto para conseguir sentenças judiciais.
Zampieri ficava com a missão de captar clientes e Andreson usava sua influência em rede de contatos em Brasília para conseguir tais decisões favoráveis. Várias conversas entre os dois vieram à tona após análise do celular de Zampieri, onde eles negociavam pagamentos para assessores de 4 gabinetes de ministros do STJ: Isabel Gallotti, Og Fernandes, Nancy Andrighi e Paulo Moura Ribeiro. Em troca, recebiam rascunhos de decisões antecipadas e favoráveis para os seus clientes.