Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução
A jornalista Angélica Oliveira vive em um país tão próximo ao Brasil, mas que já proporcionou muitas experiências diferentes, a começar pela língua e hábitos alimentares. Morar em outro país saciou a curiosidade na mulher que entende a vida como uma grande aventura e trouxe o reconhecimento de se perceber como latina pela primeira vez. Hoje, com seus 16,5 mil seguidores nas redes sociais, ela compartilha uma visão única de alguém que vive a realidade e ensina pessoas interessadas a elaborarem seus roteiros de viagem de turismo pelo Peru, onde vive há 6 anos.
“Eu sempre fui uma pessoa muito curiosa, muito interessada em conhecer outros lugares, em viver outras culturas. Eu encaro a vida como uma aventura que a gente tem que desfrutar. Morar aqui foi uma coisa motivada por curiosidade muito grande, não foi uma decisão tão racional”, contou ela.
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Angélica morava em Cuiabá até 2019, quando ela e o marido peruano decidiram sair do Brasil para tentar uma vida no país. Os planos funcionaram e o casal permanece no exterior ainda hoje.
Apesar de não se considerar digital influencer, a jornalista reúne milhares de seguidores no Instagram “Angélica no Peru”, onde produz conteúdos sobre o país andino, como curiosidades, história e realidade sob uma perspectiva de sua experiência. Com o tempo, ela percebeu que ainda existe um estereótipo com relação ao Peru e busca trazer uma visão de alguém que realmente vive lá.
“Eu sentia que tinha muito para se falar sobre cultura, sobre como as pessoas vivem aqui, porque também tem muito preconceito sobre o Peru. Muitas pessoas têm uma visão de que o Peru é um país atrasado. A gente ignora tudo o que aconteceu, acha que o Peru é isso e que não tem mais nada a ser dito sobre. A vontade de falar o que eu estava vivendo aqui, de contar sobre a cultura, de transmitir tudo que eu estava aprendendo e que eu continuo aprendendo aqui foi o que me motivou”, relatou ela.
Com uma diversidade culinária, a alimentação dos peruanos foi outro fator de impacto na vida da jornalista, que percebeu que se alimentava de forma monótona no Brasil. Com uma dieta rica também em grãos, como lentilha, trigo e grão-de-bico, além de diferentes tipos de proteínas, somado à forma diferente de temperos e preparos, proporcionou uma experiência divertida em Angélica, o que era um dos desejos dela ao se mudar.
Diante dos comentários e mensagens recebidas na rede social, ela encontrou uma demanda de mercado e passou a produzir roteiros personalizados para pessoas que querem fazer turismo no Peru. Com foco em cada pessoa e suas preferências, ela dá dicas de segurança, passeios e alimentação.
Mesmo com o Instagram e a produção de roteiros, ela ainda atua como jornalista, enviando conteúdos ao Brasil sobre o Peru, com informações e assuntos que não têm tanta visibilidade na mídia tradicional de notícias urgentes, as chamadas “hard news”.
Um de seus destaques foi uma matéria sobre a denúncia de que o Estado peruano promoveu esterilizações forçadas em mulheres entre os anos 1990 a 2000 como forma de combater a pobreza, conforme contou ela. O procedimento é considerado crime contra a humanidade, segundo o Tribunal Penal Internacional e mais de 2 mil vítimas denunciaram a violência.
A cultura latina
Da vida em um novo país, os aspectos culturais foram os que mais surpreenderam Angélica, a começar com a forma como ela se encontrou junto a um povo latino. Mesmo o Brasil pertencente à América-Latina, existem pessoas que não se percebem dentro da definição, como era o caso de Angélica enquanto vivia no Brasil.