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Estado desmata área maior que a cidade de São Paulo

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Mato Grosso é o terceiro estado que mais desmata na Amazônia. O ranking é feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora áreas desmatadas na Amazônia Legal através de imagens de satélite. Segundo boletim do instituto, nos últimos 12 meses, foram derrubados 1.620 mil quilômetros quadrados de floresta no estado. A área desmatada é maior que a área total da cidade de São Paulo, que tem 1.520 km2. No ranking, Mato Grosso fica atrás apenas do Pará e Amazonas, primeiro e segundo colocados, respectivamente.

Os dados do Imazon fazem referência ao período que vai de agosto de 2021 a julho de 2022 e levam em consideração o chamado “Calendário do Desmatamento”. Por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia, o monitoramento começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte. Se comparado ao período anterior, o aumento na área desmatada em Mato Grosso é de 5%. De agosto de 2020 a julho de 2021, a área afetada foi de 1.536 mil km2. Somadas, as áreas devastadas nos últimos dois calendários chegam a 3.156 km2.

Segundo Vinícius Silgueiro, engenheiro florestal e coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), os dados apontam para um alto patamar de degradação da Amazônia, que “segue em ritmo acelerado”. Segundo ele, mais da metade dos casos de desmatamento no estado ocorre em imóveis rurais de propriedade privada, que são inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR). “São pessoas que assinaram um documento e se comprometeram em combater a degradação ambiental. Em casos de legalidade, em posse dos dados de proprietário, é possível autuar e a Sema vem se empenhando, mas é preciso fazer mais”, afirma.

Mato Grosso ainda aparece na lista que elenca os pontos em que o desmatamento é considerado crítico. Na geografia do problema, as Terras Indígenas Sete de Setembro e Kayabi nas divisas com Rondônia e Pará, respectivamente, são citadas. Os municípios de Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes e Feliz Natal também são apontados como áreas de alta incidência.

Fonte: Gazeta Digital