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Acusado de golpe milionário, bacharel é expulso da Maçonaria

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A potência maçônica Grande Oriente do Estado de Mato Grosso excluiu de seus quadros, de “forma sumária”, o bacharel em Direito Samir de Matos, de 44 anos. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (24).

O bacharel é investigado pela acusação de aplicar golpes milionários em Cuiabá com a promessa de grandes rendimentos no setor financeiro. Até o momento vieram a público dois boletins de ocorrência sobre o caso, com três vítimas.

Em documento, o grão-mestre Gelson Menegatti Filho disse que o ex-membro “teria se aproveitado da confiança de algumas pessoas para lesá-las, associando sua conduta à Maçonaria”.

Tais condutas, segundo o grão-mestre, são “contrárias ao que a Maçonaria prega e ensina em suas lojas”.

Relembre o caso

Conforme um dos B.Os, Samir chegou a pagar 5% de rendimentos mensais sobre o valor investido, algo muito superior ao que é praticado no mercado. A prática pode configurar pirâmide financeira, em que os investidores antigos são remunerados com o dinheiro dos novos.

A primeira vítima, de 57 anos, disse que desde 2019 disponibiliza recursos financeiros a Samir.

Conforme o B.O., a vítima vinha recebendo um percentual da lucratividade, “com a garantia de que nunca teria prejuízos”. O dinheiro era investido em corretora de valores e, ao longo dos anos, a vítima disse ter repassado o montante de R$ 836.112,20 a Samir.

Os repasses foram realizados regularmente até junho de 2021, exceto pelos aportes financeiros realizados em 13 de novembro de 2020 e 15 de março de 2021.

A vítima disse que Samir há vários anos usava uma sala do seu escritório e que nunca suspeitou dos crimes.

E afirmou ainda não ter ciência dos delitos cometidos por Samir, “sendo tão vítima” quanto os demais.

As outras duas vítimas, mãe e filho, de 45 e 29 anos, começaram a investir com Samir em 2021.

Segundo a mulher, ela fez um contrato de intermediação em operações de trading/forex no valor de R$ 91.84,00 no dia 29 de abril de 2021 com a empresa Ktrader LTDA-me, de propriedade de Samir.

Em outubro desse mesmo ano ela disse ter investido mais R$ 94.400 com a empresa. Nesse mesmo mês seu filho acabou também investindo um montante significativo, R$ 64.570,00.

Os dois receberam até dezembro de 2021 cerca de 5% dos rendimentos mensais do valor investido.

Nos meses seguintes Samir, segundo as vítimas, alegou ter tido seu CPF suspenso pela Receita Federal, ficando impossibilitado de repassar os valores acordados.

A fuga

A namorada de Samir disse, conforme o documento, que o deixou na Rodoviária de Presidente Prudente (SP) no dia 19 de março.

Segundo ela, Samir disse ter apenas três opções: “suicidar-se, ficar aqui e morrer ou sumir”, tendo ele escolhido fugir.

O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá.

Fonte: Mídia News